De novo, o São Paulo caiu na Libertadores para um brasileiro. Desta vez, o Cruzeiro esteve no caminho do Tricolor na competição sul-americana e venceu os dois jogos das quartas-de-final. Fez 2 a 1 no Mineirão e 2 a 0 no Morumbi lotado.
Em 2006, caiu para o Internacional na final. No ano seguinte, foi o Grêmio quem eliminou os paulistas, nas oitavas. Em 2008, o algoz foi o Fluminense.
Além da classificação, a equipe celeste quebrou o tabu de não vencer fora de casa. Os comandados de Adilson Batista não venciam longe de seus domínios desde setembro do ano passado, quando bateu o Figueirense em Florianópolis.
Muricy Ramalho surpreendeu e escalou o Tricolor no 3-5-2, assim como na goleada de 3 a 0 em cima da Raposa no mesmo estádio, pela quarta rodada do Brasileirão, quando Hernanes começou no banco de reservas. A diferença foi que o terceiro jogador da zaga são-paulina era Richarlyson, pelo lado esquerdo.
Com esta formação, Marlos, estreante na Copa Libertadores da América, ficou só na armação da equipe, que mais uma vez exagerou nos cruzamentos na área adversária. Pelo menos na primeira etapa, Leonardo Silva e Léo Fortunato foram soberanos no setor defensivo e não deixaram que a bola chegasse em boas condições para Borges e Washington.
Do lado da Raposa, o volante Fabrício foi vetado pelo departamento médico horas antes do jogo e, a exemplo do duelo com o Palmeiras no final semana, Elicarlos substituiu o capitão celeste.Com o retorno de Wagner ao meio de campo celeste, o Cruzeiro foi mais perigoso na etapa inicial. Aos 22 minutos, Gerson Magrão cruzou e Wellington Paulista resvalou levemente para fora. Passados quatro minutos, Kléber recebeu na meia-lua e, de esquerda, bateu forte para Denis se esticar e afastar o perigo. O Gladiador manteve
A dois minutos do intervalo, Eduardo Costa calçou Jonathan, e como já tinha sido advertido com cartão amarelo por falta em Kléber, levou o vermelho e deixou seus companheiros com um a menos pelo restante do jogo decisivo.
Para o segundo tempo, Muricy colocou Dagoberto no lugar de Washington, apagado no embate, e trocou Junior Cesar por Hernanes. As alterações empurraram os mandantes ataque. Desprotegido no meio de campo já que estava com um jogador a menos, o São Paulo deixava a defesa desguarnecida para os contragolpes cruzeirenses. Aos 12 minutos, Gerson Magrão colocou na área, rasteiro, e por pouco Wellington Paulista não abriu o placar. Em mais um contra-ataque, aos 20 minutos, Henrique arriscou do bico da grande área na gaveta de Denis, que se esticou, mas não alcançou a bola. Um golaço.
No desespero, o Tricolor tentou o empate, mas foi o Cruzeiro quem fez mais um. Bernardo chutou da entrada da área, e André Dias cortou com a mão. Pênalti. Kléber converteu com categoria no canto direito.
Classificada, a Raposa enfrenta o Grêmio nas semifinais da competição. Com o primeiro jogo em Belo Horizonte devido a melhor campanha na primeira fase. Os se enfrentaram nas quartas-de-final da Libertadores de 97, quando o Cruzeiro conquistou o bicampeonato. As esquipes buscam o Tri da Libertadores.
Há uma explicação para esta "crise" no São Paulo? Sim. Primeiramente, não é uma crise. É um final decadente de um Império; estilo Boca Júniors, na Argentina. A história explica isto. O time paulista é vencedor; multicampão, como o de Buenos Aires. Mas alguma hora isso termina, os clubes se reciclam e daqui há cinco anos começam a levantar taças de novo. O Império Romano durou quase um milénio, mas teve um ano em que nada deu certo; batalhas eram perdidas; a política não funcionava; e tudo sucumbiria.
São Paulo: Denis, André Dias, Renato Silva e Richarlyson; Zé Luis (André Lima), Eduardo Costa, Jean, Marlos e Junior Cesar (Hernanes); Borges e Washington (Dagoberto)
Cruzeiro: Fábio, Jonathan (Thiago Heleno), Leonardo Silva, Léo Fortunato e Gérson Magrão; Elicarlos (Bernardo), Henrique, Marquinhos Paraná e Wagner (Jancarlos); Kléber e Wellington Paulista
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